Quanto maior melhor

O designer de acessórios Christopher Alexander desponta como um dos principais nomes do design nacional de bijuterias por suas peças maxi e inspiração no mundo das artes

Seus maxibrincos bidimensionais, inteiramente artesanais e com toques geométricos, são itens obrigatórios nas coleções de André Lima, Neon, Ale Brito e Valérie Ciriadès. Agora, as criações do designer de acessórios catarinense Christopher Alexander, 28 anos, se preparam para chegar a Curitiba, onde serão vendidas na loja da grife Alcacuz, que será inaugurada no Shopping Pátio Batel. Por telefone, Alexander conversou com a Viver Bem Moda & Beleza e falou sobre sua carreira e suas criações inspiradas no universo das artes.

Como surgiu o interesse pela criação de acessórios?

Eu sempre gostei deles, mas tudo aconteceu muito sem querer a partir de 2003. Eu trabalhava fazendo um pouco de tudo no ateliê da extinta marca As Gêmeas, das irmãs Isabela e Carolina Krieger, em São Paulo, e o primeiro brinco de desenhei foi a pedido delas. Era um par de brincos para completar um look que seria exposto na Casa de Criadores, principal evento voltado aos novos talentos da moda nacional. A partir daí, deu tão certo, que desenhei as bijoux dos oito desfiles seguintes da marca. E isso me levou a fazer o curso de Design de Jóias na Escola Panamericana de Arte e Design, em São Paulo, em 2010, enquanto fui assistente da joalheira Camila Scarpi.

Quais são suas principais inspirações?

Minhas maiores fontes são as artes decorativas de todos os períodos da história, as artes plásticas, o cinema e, principalmente, a literatura. Alguns escritores, em especial Marcel Proust, Gustave Flaubert e Eça de Queiroz, me instigam a criar por expressarem a psique feminista como nenhum outro. E não posso me esquecer de grandes figuras históricas, como Carlota Joaquina e Maria Antonieta, que são inspiradoras.

Como definiria seu trabalho e que conceitos busca transmitir no seu design?

Não posso definir meu trabalho. Busco sempre o belo, visando criar um adorno que desperte o desejo feminino e que vista como uma peça de roupa. Cada coleção, entre o desenho e a construção, leva em torno de dois meses para ser concluída. As peças são montadas uma a uma, manualmente, e os principais materiais que uso são o metal banhado, acrílico, porcelanas e esmaltes. Mas nada impede que um dia mude e faça tudo diferente.

Como encara a vinda das suas peças para Curitiba e ser considerado a grande aposta do design de acessórios?

Eu fico feliz, é claro. Mas tento não criar expectativas. Então, não me vejo pensando muito a respeito. Vou experimentando passo a passo. Em 2011, estreei minha própria marca, que recebe meu nome, e agora estou criando um e-commerce para atender à demanda, que não para de crescer, ainda bem.