Ouverture

Quanto maior melhor

Geometria e maximalismo dos acessórios do jovem designer Christopher Alexander conquistam estilistas e consumidoras sem receio de ousar e arrasar.

Por Luigi Torre

 

Não é apenas porque maxibrincos são os mais novos acessórios-desejo que o nome de Christopher Alexander vem ganhando destaque no meio da moda. Basta folhear qualquer boa publicação do meio (incluindo esta) para encontrar nas páginas editoriais algumas de suas poderosas peças. Mais recentemente, também foi ele o responsável pelo design de um dos brincos mais comentados e cobiçados da última edição do São Paulo Fashion Week: o do verão 2013 de André Lima.

Fashionistas iniciadas, porém, há tempos já aderiram às suas peças. Figura conhecida da cena noturna paulistana, Christopher teve em suas amigas as melhores vitrines e publicidades para seus brincos de proporções sempre grandes, ainda que delicadas. O efeito é de leveza vem carregado de referências Art Déco. “Gosto muito de geometria, de simetria”, conta. “Adoro os lustres nesse estilo também, é um objeto para o qual sempre olho buscando inspiração. Para mim, os lustres são brincos gigantes.”

Bem antes dessa onda maximalista-barroca, o jovem designer pisciano de 26 anos já mostrava certa disposição por extravagância. “Para mim, brinco precisa ser grande”, diverte-se.
O que hoje se mostra um caminho para o sucesso começou, assim, por acaso. “Ainda no 3° Colegial fui trabalhar para a Gêmeas [extinta marca das irmãs Isadora e Carolina Krieger], em 2002”, conta Christopher. “Meu primeiro contato com moda foi quando trabalhei como assistente de maquiador e cabeleireiro de Alessandro Tierni, mas, logo depois, fui para o salão Mundorama, na Galeria Ouro Fino”, relembra.

Foi lá que ele conheceu as estilistas da Gêmeas, sentindo uma identificação instantânea com seu universo criativo da marca. “Fiquei hipnotizado”, conta. “Pedi para trabalhar com elas, que não precisavam de vendedor na época, mas insisti tanto que elas acabaram me contratando. ” Veio de lá, ou melhor, de Isadora e Carolina Krieger, o incentivo para se aventurar no campo do design. “Acompanhava todo o processo de criação, até que em um desfile elas sentiram a vontade de ter acessórios e me chamaram para desenhá-los.” Deu tão certo que, desde então, foi ele o responsável por todos os acessórios da grife. E foram nove coleções.

Foi assim que, em 2009, Christopher se inscreveu no curso de design de jóias na escola Panamericana. Na mesma época, passou a ser assistente da joalheira Camila Sarpi.
Seus trabalhos mais autorais continuaram em paralelo. Em 2011, a marca com seu nome nasceu oficialmente, e a loja Surface To Air, celeiro de novos talentos em São Paulo, passou a vender suas peças.

Hoje, além de constantes colaborações para os estilistas Alê Brito, Valérie Ciriadès e o já mencionado André Lima, suas peças podem ser encontradas também na Cartel 011, em São Paulo e, futuramente, no seu site, ainda em fase de construção.

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