Estilo – Charme multicultural

Revista Bazar
Edição Dezembro de 2012

Com estilo boho sensual, a estilista Valérie Ciriadès é a perfeita tradução de sua grife, novidade boa da moda

Batizada de Indochine, a coleção de verão 2013 de Valérie Ciriadès nasce como marco na carreira da estilista belgo-brasileira e firma a etiqueta, lançada há três anos, no mercado de moda de luxo nacional. E não por acaso. Ela já sabia — ou planejava — esse momento: “A primeira coleção é feita no susto; a segunda é consequência; já a terceira tem de surpreender, evoluir e mostrar que você realmente está aqui para ficar”, diz ela, que acaba de cumprir a delicada missão.

O ponto de partida para seu verão foi um jacquard de seda comprado no Camboja, destino escolhido para o réveillon do ano passado e que acabou inspirando toda a coleção. De lá para cá, foram quase dez meses até que todos os modelos ficassem prontos (15 no total, mas que, com as variações de tecidos, estampas e acabamentos, chegam a 25) – destaque para os vestidos plissados e os vertiginosos decotes, presentes na maioria das peças. “Gosto da imagem dessa mulher sexy, mas não vulgar, e intelectual”, justifica Valérie. Pense na atriz Mariana Ximenes, na diretora Amora Mautner, na maquiadora Vanessa Rozan e nas irmãs Nina e Julia Sander, todas clientes da estilista.
Mas, se, hoje, aos 32 anos, ela mira na fatia mais nobre da moda brasileira — um vestido longo custa em torno de R$ 4.500 —, nem sempre foi assim. Formada em Desenho Industrial,Valérie fez estágio na Carlos Miele por um ano e, depois, ficou oito trabalhando em marcas do Bom Retiro, bairro paulistano conhecido pelo comércio popular de moda. “Chegava a liberar para corte seis peças por dia, cada uma de um material: tecido plano, malharia etc.”, conta. Mas tinha suas vantagens: “Estava ganhando um salário que o varejo não ia me pagar e viajava para pesquisas na Europa de dois em dois meses”, recorda. Até que, no final de 2009, veio o desejo de fazer a própria marca.
A “coleção 1″ (que não recebeu nome e nem tema específico norteando a criação) não teve uma campanha tradicional. Valérie trocou o impresso pelo vídeo e, desde então, divulga seu trabalho com produções que mais parecem um curta–metragem, todas sob o comando do marido, o diretor de filmes publicitários Luigi Dias. Quem estrela Indochine, filmado na Casa Juisi, no Centro de São Paulo, é a modelo Michelli Provensi, que, além de vestir as peças de perfume oriental em seda, renda,jérsei, lurex e paetê escamado, canta, em francês, uma composição de Luigi.
Os planos de Valérie agora são consolidar a marca e produzir três coleções por ano (verão, alto verão e inverno), mudar seu ateliê para um lugar maior e conquistar novos pontos de venda fora da capital paulista — por enquanto, a marca pode ser encontrada na loja-conceito Choix, no Itaim Bibi.”0 investimento é muito alto, mas não tenho vergonha de dizer que meu trabalho é bom.” Nós também não.

valerieciriades.com

NOME PRÓPRIO: O designer catarinense Christopher Alexander, que assina as bijoux da terceira coleção de Valérie Ciriadès, se destaca com suas peças feitas de latão banhado, resinas, esmaltes e pedras naturais, inspiradas no art déco e art nouveau. Após diversas parcerias, desenvolvendo acessórios para estilistas como Alê Brito e Gêmeas, decidiu alçar voo solo. Sua nova coleção, Chinoi-serie, evoca o estilo chinês na arte e arquitetura ocidentais e pode ser encontrada nas multimarcas Choix e Cartel 011, com preços entre R$ 260 e R$ 550.

cartel011.com.br
lojachoix.com.br

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